Bordô

Sempre me perguntei o que seria uma janela indiscreta...
Ok. Pensem para essa janela uma cortina vermelha: A cortina discreta.
A janela e a cortina.
Tantos beijos, tantos abraços, tantos sonhos e sonos, vinhos e penumbra.
Tantos silêncios, tantos dizeres. E a cortina.
Mordidas, suspiros, toques, bocas. E a cortina.
Músicas e melodias por toda a madrugada, vozes vindas da rua, a lua escondidinha na fresta da janela, alcova cubículo. E a cortina.
Tanta falta, tanta saudade e ao passar: A cortina vermelha.
Como desejo, quero, sinto você. A cortina!

Isis 02/05/2010

Beleza

Eu acho que estou ficando desmemoriada ultimamente, lembro e não lembro o que ia escrever.
Hoje eu assisti novamente ao filme: Gia, sobre a história da modelo Gia Carangi. Não sei por que, mas eu me vejo tanto nela, estou mal até agora por me ver retratada.
Alguns que conhecem o filme podem pensar: “nossa! Ela realmente se acha”. Mas não é isso, é na questão de conseguir entender o que ela sentia; tava olhando pro meu cabelo hoje e com vontade de pintar de castanho (ele está natural) e fiquei pensando: pra quê tanta mudança? Ultimamente só penso em mudar meu cabelo, me vestir melhor, me tatuar, colocar um novo piercing... E eu estou preocupada com isso. Porque eu me conheço e sei que quando busco mudança externa é porque quero preencher algum vazio que eu não sei nem porque, nem de onde vem.
Eu achei que era porque eu estou com uma nova pessoa e todo o disfarce que eu achei que era disfarce estava desmoronando; mas não é isso!
Eu quero muito me apaixonar, apagar de vez o passado da minha vida, quero beijar com fogo, abraçar com fogo, sentir com fogo e isso como no caso da Gia não tem nada haver com sexo.
Eu vou fazer o possível para deixar meu cabelo crescer, quero me ver diferente, quero me rever, não é só política, o corte do meu cabelo é alto punição também.
Não quero mais braços “fugidicios”, pessoas que não me querem. Mas eu quero querer também. Continuo querendo ficar sozinha, só não sei se isso ainda é bom.
O infeliz do passado está se esfregando na minha cara sempre; e a dor sempre voltando.
Senti vontade de fumar maconha, só pra ter a sensação de flutuar... Sorrir e flutuar. Era isso que Gia queria: Calma, tranqüilidade, paz.
Vou me enfeitar, me pintar, me cobrir, simplesmente pra ter o prazer de poder me DESPIR.

Isis* 28/04/2010

Bom!

Bom! O que estou escrevendo agora era pra ter escrito a dois dias, então acho que já esqueci o que era e com certeza não ficará igual ao que seria.
Eu estava pensando sobre algumas dificuldades em relação a amor e a verdade. Exemplo: se tem algo na sua vida em que as pessoas não podem saber; pra viver isso você terá que mentir; algo que te deixa mal e que você não gostaria de fazer. Mas que nas circunstancias é necessário e se você falar a verdade pode acontecer algo obvio, mas que acredito que 60% das pessoas não preferem que aconteça: A negação.
As pessoas dizem que te amam, mas sabe-se que se por um minuto de verdade, um sentimento que se diz de verdade pode se acabar.
O preconceito prevalece, a raiva, etc...
Fiquei triste pensando nisso, tanta briga e intolerância por nada, tanto prejuízo por nada.
Eu estava num centro espírita enquanto estava pensando nisso; e claro que consequentemente não pude deixar de ligar isso a religiosidade e todos estes sentimentos de culpa que envolve uma religião cristã.
Certo/errado, entre outras coisas.
Mas aí vi que eu estava pensando que Deus/Deusa/Divindade Suprema era tão mesquinho/a quanto algumas pessoas que não pensam na felicidade das outras.
E aí me veio a idéia do nascimento das almas, vi várias pessoas na minha frente, mais de 100; e pensei que a Deusa (que se fosse de ter gênero só poderia ser mulher), mas pra mim este ser ultrapassa qualquer pensamento terreno do que ele/ela/? seja. Enfim... Pensei no amor que este ser teve em criar cada criatura, cada alma, imaginem este ser no além, no universo, de qualquer lugar inimaginável, formando, moldando, criando cada alma, cada característica de cada um/a. Eu não sei exprimir a idéia, só sei que a sensação foi perfeita, uma sensação de consolo em poder pensar nisto.
Então o que eu acho? Que pra você ser você e viver o que te faz feliz, não precisa bravejar aos 4 cantos do mundo, nem criar conflito com as pessoas, nem pra sua vida.
Só viva, sinta e seja feliz verdadeiramente.

Isis 24/04/2010

Livres , leves e soltos!

Esta postagem é para, mostrar a discussão sobre o DESCONFORTO das roupas intimas femininas!

Descussão essa realizada na comunidade: Feminismo e Libertação!

Link do tópico: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=26646467&tid=5456308087571131665&na=1&nst=1

BOM, como prometido, postei uma foto acima dando exemplo de uma peça intima que gera desconforto e que o mercado poderia sim rever as roupas intimas das mulheres, não só pensando na estetica e no "sexy" ¬¬ das mulheres e sim, no seu conforto e bem estar!

Sejamos Lesbianas

Corpo, Símbolo, Desejos e Mentiras.

Respeito, Fidelidade, Amor, Companheirismo.

Fraternidade

Irmãs, nos priorizar é arma, negar é nossa arma, não ser é nossa arma.

Nossos corpos voluptuosos devem dançar só para a Deusa, abraçar só o vento, respirar só o entrelace dos nossos próprios corpos.

Lesbiana é você, é sua mãe, é sua irmã, é sua prima, é sua amiga. Lesbiana é Fraternidade.

A mentira não é nossa, a(s) mentira(s) é(são) (d)ELE(s).

Veja nosso olhar, veja o olhar deles.

Veja nossa alimentação e a alimentação deles.

Nossos verdadeiros desejos e a possessaão deles.

Veja nosso AMOR e o poder simbólico deles.

Veja nossa luta simbólica e a repressão deles.

Eles são Homoafetivos* no significado mais profundo da palavra.

Sejamos LESBIANAS

Não podemos mais deixar nossos corpos serem brinquedos, mercadoria autorizada, nem distração momentânea de Homoafetivos.

Esse texto não é um clichê de uma escritora medíocre, é um desabafo torto de uma escritora clichê, um desabafo torto de minutos de delírio.

Isis dos Santos *29/03/2010*

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Obs: * Me refiro a Homoafetivo no seguinte sentido: homens são amigos de homens, interagem com homens, se divertem com homens e assim por diante, para eles nós mulheres servimos apenas de objeto e enfeite de reafirmação de uma masculinidade projetada!...

Distância

Será realmente à distância o problema?
Com certeza... Distância física, de desejos, de verdades, de vontades!
Desprezar, querer, ou não querer, querer sozinha.
Vazio e potência ao mesmo tempo.
Generismo se conflitando na cabeça. Realidade ou não?
Inveja...
Inveja dos beijos, dos abraços, dos amores, dos momentos (dos momentos de verdade)... Se é que há verdade!
Se sentir nada, sentir tudo, sentir não sentem nada.
Tocar, morder, gemer, querer sempre mais. E também não querer.
Ter medo do claro, ter medo do claro, ter medo do claro!
Achar que não sentiu e chorar por ser tudo tão rápido.
Se divertir e ficar triste com isso, abraçar e sentir um vazio, beijar e não sentir verdade, desejar e só sentir desejo... Nada mais.
Ter medo de dizer e medo de ouvir, medo de fazer e medo de não fazer.
Cheirar e guardar detalhes na memória, alguns que quero esquecer.
Te tocarem e não quererem estar juntos, estar perto.
Ter certeza e ter esperança em algo que não existirá.
Dizer: “fica comigo” e saber que você não tem ninguém.
Romantismo barato, romantismo de novela, romantismo das músicas, romantismo hetero (falso romantismo), romantismo lésbico (algo não concretizado), romantismo...
Querer MUITO e não querer também, se culpar por querer, querer que queira também.
Vergonha do que fez, nenhuma vergonha do que fez por saber que a vergonha é uma vergonha plantada, uma vergonha introjequitada, uma vergonha imposta, uma vergonha do querer mais, mais do que o mais.
Distância do falar, distância do dizer, distância de quilômetro, distância invisível, distância da distância.
Amar o olhar, acreditar no olhar, olhar e olhar e depois não saber o real motivo do olhar.
Eu não preciso, sei que não preciso, mas sei que quero algo de alguma forma e não sei se vou ter, não sei se realmente quero ter.

Isis dos Santos 15/02/2010

CANSADA

Estou cansada das horas que passam aceleradas sem me pedir licença.
Cansada de meros romancezinhos ridículos, totalmente transitórios e imateriais.
Cansada de esperar aquele algo que nunca acontece, aquele momento que nunca vai existir.
Cansada de sempre parecer feliz e satisfeita, mesmo sabendo que não posso reclamar, pois existem milhões de pessoas com dores um milhão de vezes maior que a minha ridícula falta do que fazer.
Cansada de ser e ser e ser... De acordar, de dormir, de fazer e pedir.
Cansada do meu passado, cansada do meu presente.
De uma dor de cabeça, que faço parar com analgésicos.
Cansada de querer amar. Cansada de querer ser amada.
Eu estou realmente cansada de reclamar.
Só porque sabemos que isso quem faz é gente medíocre.
Mas só pra enfatizar, eu estou realmente cansada.

POR: Isis dos Santos 23/11/2009